Até o dia 14 de fevereiro de 2025, o Estado de São Paulo registrou 11 casos autóctones de febre amarela, com oito mortes confirmadas. Todos os óbitos ocorreram em pessoas que não estavam vacinadas, o que reforça a importância da imunização. O avanço da doença pelo interior paulista preocupa as autoridades de saúde, especialmente com a aproximação do Carnaval, período de maior mobilidade de pessoas para áreas com risco de transmissão. O número de mortes já é quatro vezes maior que o total registrado durante todo o ano de 2024.
Em 2024, São Paulo teve dois óbitos por febre amarela, mas em 2025 o cenário é bem mais grave. As infecções que resultaram nas mortes ocorreram em cidades como Socorro, Joanópolis, Campinas, Brotas, Tuiuti, Amparo e Valinhos. Além disso, um caso importado de Itapeva (MG) também foi registrado. A doença tem avançado de forma preocupante no interior do estado, o que coloca a população em alerta, especialmente em áreas de mata e zonas rurais.
Além dos casos humanos, o aumento de mortes de primatas não humanos também chama a atenção das autoridades. Já foram registradas 30 mortes de macacos, incluindo uma na cidade de Osasco, na Grande São Paulo. Essa é uma preocupação adicional, já que a febre amarela pode ser transmitida para os seres humanos a partir dos mosquitos que picam esses animais. A morte dos primatas indica que o ciclo de transmissão da doença está ativo em determinadas regiões.
A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde tem emitido alertas constantes, reforçando a necessidade de vacinação, especialmente para quem pretende viajar para áreas com risco de transmissão durante o Carnaval. O alerta visa prevenir um aumento ainda maior no número de casos e mortes, como aconteceu em anos anteriores, quando a movimentação de pessoas nas festas aumentou o risco de contágio. As autoridades destacam que a vacinação é a medida mais eficaz para evitar a doença.
A vacina contra a febre amarela é oferecida gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo aplicada em uma única dose para a maioria da população. No entanto, para crianças de até cinco anos, o Ministério da Saúde recomenda duas doses: uma aos nove meses de idade e outra aos quatro anos. A imunização é a principal forma de proteção contra a doença, já que a febre amarela é transmitida por mosquitos, especialmente o Haemagogus e o Sabethes, no ciclo silvestre.
Embora a vacina seja eficaz, existem alguns grupos para os quais ela não é recomendada. Crianças com menos de nove meses, mulheres que estão amamentando crianças menores de seis meses e pessoas com alergia grave a ovo devem evitar a imunização. Além disso, pessoas com HIV e baixa contagem de células CD4, ou em tratamento com quimioterapia, radioterapia, doenças autoimunes ou imunossupressores também devem consultar um médico antes de receber a vacina.
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido por mosquitos. A doença pode se apresentar de forma leve, com sintomas como febre e mal-estar, ou evoluir para formas mais graves, com icterícia, hemorragia e insuficiência de órgãos. Nos casos graves, a taxa de mortalidade é alta, com 20% a 50% dos infectados podendo morrer, o que torna a prevenção ainda mais crucial. O tratamento é apenas sintomático, com cuidados intensivos para os casos mais graves, geralmente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
A prevenção da febre amarela se resume à vacinação e ao uso de repelentes para evitar picadas de mosquitos, principalmente em áreas de risco. As autoridades de saúde alertam que a imunização é fundamental para controlar o avanço da doença e proteger a população, principalmente em épocas de grande circulação de pessoas, como o Carnaval. Além disso, medidas como o controle de focos de mosquitos em áreas urbanas e rurais também são essenciais para evitar a propagação da doença e reduzir o risco de novas infecções.