O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou na madrugada de segunda-feira (29) que Nicolás Maduro foi reeleito presidente com 51,2% dos votos, enquanto seu principal adversário, Edmundo González, obteve 44,2%. A oposição, no entanto, contesta os resultados e alega que González teria recebido 70% dos votos.
A eleição, realizada no domingo (28), foi marcada por um clima de tensão e denúncias de irregularidades. A oposição, liderada por María Corina Machado, que foi impedida de concorrer, acusa o governo de manipulação e fraude. Em resposta, Maduro afirmou que sua vitória representa a paz e a estabilidade para a Venezuela.
O CNE, presidido por um aliado de Maduro, relatou que 59% dos eleitores participaram da votação, um aumento significativo em relação aos 46% de 2018. No entanto, a oposição questiona a transparência do processo e pede uma contagem paralela dos votos. Segundo o CNE, a demora na divulgação dos resultados se deveu a um ataque ao sistema de transmissão de dados.
Internacionalmente, a reeleição de Maduro gerou reações mistas. Enquanto países como Rússia, Nicarágua e Cuba parabenizaram o presidente venezuelano, os Estados Unidos, Chile e Peru expressaram sérias preocupações sobre a legitimidade dos resultados. O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, afirmou que os resultados não refletem a vontade do povo venezuelano.
Durante a votação, longas filas foram registradas em diversos locais, e apesar do clima tenso, não houve grandes episódios de violência. Maduro votou logo no início do dia e declarou que respeitaria os resultados oficiais, independentemente do desfecho.
A oposição, por sua vez, organizou vigílias e pediu que a população verificasse os resultados nas seções eleitorais. Edmundo González, em um breve discurso, prometeu lutar para que a vontade popular fosse respeitada, enquanto María Corina Machado declarou que a Venezuela tem um novo presidente eleito.
Com a reeleição, Maduro, que já está no poder há 11 anos, poderá governar por mais seis anos, totalizando 17 anos no comando do país, superando o tempo de governo de Hugo Chávez. A situação política na Venezuela continua incerta, com a oposição prometendo continuar a contestar os resultados e buscar apoio internacional para uma recontagem transparente dos votos.