O WhatsApp foi oficialmente proibido em todos os dispositivos utilizados por membros e funcionários da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. A decisão foi tomada após avaliação do Escritório de Segurança Cibernética da Casa, que classificou o WhatsApp como um aplicativo de alto risco, devido à falta de clareza sobre como a plataforma gerencia os dados de seus usuários. A medida reforça uma crescente preocupação dentro do governo americano com o uso de ferramentas tecnológicas que não oferecem garantias robustas de proteção de informações sensíveis.
Segundo o memorando divulgado internamente pela chefia administrativa da Câmara, todos os funcionários estão proibidos de baixar ou manter o WhatsApp em aparelhos oficiais, sejam eles celulares, computadores ou navegadores. O comunicado enfatiza que a segurança das comunicações legislativas está entre as prioridades máximas da instituição e, por isso, o uso de plataformas com potenciais vulnerabilidades deve ser completamente evitado. O WhatsApp, nesse contexto, passa a ser tratado como uma ameaça à integridade digital do sistema governamental.
Entre os principais motivos apresentados para justificar a exclusão do WhatsApp dos dispositivos oficiais estão a ausência de criptografia para dados armazenados localmente, a falta de transparência no tratamento das informações dos usuários e riscos potenciais de espionagem em atividades cotidianas. A decisão veio após meses de avaliação e segue a tendência de endurecimento das políticas de cibersegurança no ambiente político dos Estados Unidos. O WhatsApp, antes amplamente utilizado por diversos assessores parlamentares, passa agora a ser substituído por alternativas mais seguras.
O WhatsApp é frequentemente alvo de debates sobre privacidade digital e proteção de dados. Apesar de a empresa Meta, responsável pelo aplicativo, afirmar que o serviço utiliza criptografia de ponta a ponta, especialistas apontam que isso não cobre todos os aspectos do uso da plataforma, especialmente o armazenamento de dados locais e as permissões do sistema. Com a proibição oficial, o WhatsApp passa a ser visto como um vetor de risco, especialmente quando utilizado em comunicações sensíveis ligadas à segurança nacional e às decisões estratégicas do país.
A Meta contestou publicamente a decisão da Câmara dos Estados Unidos, afirmando que a descrição de seu aplicativo como um risco elevado é injusta e baseada em premissas incorretas. Um porta-voz da empresa declarou nas redes sociais que o WhatsApp é amplamente utilizado por parlamentares de todo o mundo, inclusive membros do Senado norte-americano, e reiterou que o aplicativo fornece o mais alto nível de segurança disponível no mercado de mensageria. Ainda assim, a decisão permanece válida para todos os dispositivos da Câmara.
O WhatsApp, mesmo com a contestação da Meta, entra para uma lista de aplicativos não recomendados no governo norte-americano, enquanto alternativas como Microsoft Teams, Wickr, Signal, iMessage e FaceTime permanecem autorizadas. A escolha por essas plataformas reflete o compromisso do governo com soluções mais transparentes, com histórico sólido de segurança e maior controle institucional sobre os dados. O banimento do WhatsApp representa um divisor de águas no debate sobre o papel das Big Techs nos bastidores do poder.
Além dos Estados Unidos, outros países também vêm adotando uma postura mais cautelosa em relação ao WhatsApp. O Irã, por exemplo, recentemente aconselhou sua população a desinstalar o aplicativo, alegando receios de espionagem por parte de governos estrangeiros. Esses movimentos reforçam o alerta global sobre como o WhatsApp, apesar de sua popularidade, pode ser explorado como ferramenta de coleta de dados ou disseminação de informações sensíveis. O WhatsApp, dessa forma, passa a ser cada vez mais questionado por instituições públicas ao redor do mundo.
A decisão da Câmara dos Representantes é mais um capítulo na relação tensa entre governos e empresas de tecnologia. O WhatsApp, que há anos é criticado por especialistas em privacidade, se vê agora no centro de um embate institucional. Enquanto o aplicativo insiste em sua segurança, autoridades públicas pedem mais transparência e controle. A proibição do WhatsApp nos dispositivos oficiais dos EUA abre precedentes para ações semelhantes em outras esferas do poder e reacende o debate sobre soberania digital e vigilância tecnológica no século XXI.
Autor: Ayla Pavlova